domingo, 12 de outubro de 2014

AÉCIO NEVES E CONTRADIÇÕES DO VOTO MORALISTA



Não é (ou não deveria ser) novidade para ninguém que os grandes grupos de mídia brasileiros são todos conservadores. É sabido também (ou, pelo menos, deveria ser) que, de modo direto ou indireto, o pensamento dessa pequena elite influencia milhões de eleitores no país, sobretudo os mais moralistas. Até aqui, nada de novo. O que é intrigante, porém, pelo menos a nós do blog Marolinha, são as contradições do voto moralista – que em hipótese alguma pode ser confundido com o nosso, o voto marolista.

Nós, marolistas, não vemos a corrupção na política brasileira como uma mera questão de índole: enquanto os milhões “investidos” pelas grandes empresas forem decisivos nas eleições, os políticos eleitos estarão em boa medida comprometidos com seus “patrocinadores”, não com o povo. Os moralistas, ao contrário de nós, acham que basta eleger os “honestos” e tudo se resolve.
No entanto esses mesmos moralistas querem eleger como presidente o candidato Aécio Neves, que não nega ter construído, quando governou Minas Gerais, um aeroporto nas propriedades de sua família (http://goo.gl/843l4I). Além do “aécioporto”, não custa lembrar que, em São Paulo, o PSDB, partido de Aécio, está diretamente envolvido com o desvio de milhões nas obras do metrô, tendo como acusadores as próprias empresas que pagaram as propinas (http://migre.me/mfHu2). Enfim, se defendem tanto a índole individual, por que os moralistas votam em Aécio?

Outro ponto curioso: ao contrário dos moralistas, entendemos que o uso recreativo de drogas está diretamente ligado às liberdades individuais de cada um e, por isso, não condenamos tal prática (tanto dos usuários de cafeína, cerveja e tabaco quanto dos de outras drogas mais rentáveis). Apesar disso, não recomendamos a ninguém que dirija seu carro em estado de torpor ou que desempenhe seu trabalho sob efeito de alucinógenos.

Embora nossa posição sobre uso de drogas choque a muitos moralistas, eles defendem a candidatura de Aécio Neves, que se negou a fazer o teste do bafômetro em uma blitz, na qual teve a habilitação apreendida (http://goo.gl/9Yrwp). Além disso, também não causa espanto a esse eleitorado que, em plena campanha, seu candidato predileto tenha concedido entrevista no “estado de ânimo” que se vê neste link (http://goo.gl/AjJB2g).


Para finalizar nossa perplexidade, destacamos que nós marolistas não acreditamos em uma relação direta entre grau de instrução e qualidade do voto, de novo contrariando o que pensam muitos moralistas. Mas eles, apesar da pompa que muitas vezes adotam para desmerecer o voto dos mais “humildes”, parecem ter a sua própria desinformação como maior motivo para defender Aécio Neves. Do contrário, não dá para entender esse voto.

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