sábado, 11 de outubro de 2014

A imprensa, em plena campanha.

Quais interesses fazem com que um depoimento que deveria seguir em segredo de justiça, como o depoimento de Paulo Roberto Costa, sobre a Petrobrás, ganhe a grande mídia em poucas horas?

A estratégia do PSDB na atual campanha eleitoral é fazer colar no PT a imagem de partido corrupto. Para isso, em primeiro lugar, é preciso que todos os indícios de corrupção do PSDB e do próprio Aécio - e são vários - sejam sistematicamente varridos para de baixo do tapete. Para isso contam com uma justiça que não os investiga e com uma imprensa que não informa adequadamente. No caso Alstom, conhecido como Trensalão Tucano, para citar apenas um, há provas e documentos, investigação feita por polícia estrangeira. Apesar de todos os indícios, é engavetada pela justiça brasileira e tratada como um caso menor de formação de cartel (2 bilhões em superfaturamento de trens!)

Omissão de um lado, estardalhaço de outro: essa é "a" estratégia da campanha de Aécio, o candidato do PSDB e da grande mídia, e o caso dos depoimentos de Paulo Roberto Costa são a peça chave da campanha. É o crime, ops, estratégia perfeita: um criminoso é chamado para dar seus depoimentos, fazer acusações sem ter o ônus de apresentar nenhuma prova. Paulo Roberto Costa, o acusado, passa, então, ao papel de acusador, mas os acusados pelo acusador - o PT - não podem se defender, pois não são, formalmente, os réus, pois Paulo Roberto Costa não é obrigado a apresentar nenhuma prova, mesmo assumindo, de fato, o papel de acusador.

A imprensa, em plena campanha, trata de bombardear o eleitor com as denúncias até que o que era um mero depoimento de um investigado seja transformado na mais cristalina verdade.

Esses depoimentos, que a justiça deveria manter em segredo para o bem da investigação, em poucas horas ganham as manchetes dos jornais. Ou seja, a justiça, ao que parece, não está preocupada com o bom andamento das investigações, está preocupada em fazer a diferença nesse segundo turno. Se os depoimentos não passarem de invencionice, não tem problema, o principal não era a investigação mesmo, era a eleição de Aécio. Como confiar em uma justiça que sabota suas próprias normas? Como confiar em uma imprensa que corrompe a justiça para fazer valer seus interesses em uma campanha eleitoral?

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